O anarquismo é contra a dominação do homem pelo homem em todas as
relações humanas. É o oposto de qualquer tipo de autoritarismo.
O anarquismo vitorioso está tornando
viável, no aqui a agora, esse ponto de vista.
Para isso ele propõe:
1 – O anarquismo
é a teoria e prática da ação direta sem partidos
nem intermediários, autogestão e apoio
mútuo para, sem utopia nem profecia, mudar pacificamente o mundo, no aqui e agora, sem tomar o poder. Visa, com a disseminação de
construção de relações humanas sem exercício de poder, mudar o mundo
consensualmente, por todos e para todos. Suas ações são algumas vezes
específicas como a libertação das mulheres, do racismo, de ditaduras sexuais, de
diferenças de rendas e salários e estão acontecendo internacionalmente. Sempre
sem partidos nem autoritarismo com movimentos sociais, culturais e políticos
que têm sido vitoriosos mudando o mundo sem tomar o poder e assim livrando da
exploração, humilhação e dominação milhões de pessoas.
2 - Mudar o mundo sem tomar o poder é
porque o poder não existe. O que se presencia como o poder é o resultado de
inúmeras pequenas e cotidianas relações de poder, que atuam em rede,
acumulando-se e formando o poder administrativo geral, que é o Estado e o
Governo, que se constituem e se apoiam nelas. O que se vê na forma de Estado e
governo, é resultado de micros relações de poder que os formam como
administradores gerais delas.
Agora podemos entender melhor porque os
anarquistas sempre diziam que só era possível uma sociedade realmente
igualitária e libertária sem o Estado e o governo. Eles compreenderam que só
seria possível uma vitória libertária se não existisse o Estado e o governo.
Atualmente muitos países têm conseguido transformar o Estado e o governo de um poder
absoluto por democracias que cada vez mais nelas o Estado e o poder serem
administradores da liberdade de todos.
3 – A grande percepção do anarquismo e
de Foucault foi focar suas análises na dominação do homem pelo homem no poder e
como ele se exerce e não na economia política de Adam Smith e David Ricardo que levou Marx e seus seguidores, a
ficarem aprisionados nesse aquário epistemológico de imaginar que o poder é um
resultado, ou seja, um epifenômeno da economia. Todas as derrotas de muitas
revoluções que não atingiram o seu objetivo de libertação e seus lideres se
transformaram em uma nova elite ditatorial se iniciaram com esse equívoco
epistemológico.
4 - Por isso tomar o poder nunca se
consegue mudar a dominação porque teria de modificar todas as relações de poder
que o formou. Não se consegue fazer isso de cima para baixo. Só é possível,
como estamos vendo, de baixo para cima. Porque de cima para baixo terá de ser
uma ditadura, disfarçada ou não, por isso mesmo ineficiente, que gera sempre
uma nova elite dominante, corrupta e enriquecida em detrimento de todos. Daí a
necessidade de cada vez mais dominação, corrupção, golpes de Estado e péssimas
qualidades de vida para todos.
Quem tomar o poder tem de ser
ditatorial gerando uma casta privilegiada, sempre paranoica e corrupta, porque
dona do poder conquistado a força tem medo de perdê-lo e serem executados como
ocorreu com quase todos. Nunca se toma o poder. Não se consegue fazer isso de
cima para baixo. Só é possível, como estamos vendo, de baixo para cima. Porque
de cima para baixo terá de ser uma ditadura, disfarçada ou não, por isso mesmo
ineficiente, que gera sempre uma nova elite dominante, corrupta e enriquecida
em detrimento de todos. Daí a necessidade de cada vez mais dominação,
corrupção, golpes de Estado e péssimas qualidades de vida para todos.
A não percepção disso é que cria a
ilusão de tomá-lo e o não exercê-lo. Quando, na realidade ele, ao passar por
você em rede, no que Foucault chamou de as malhas do poder, o habita e o dirige
e não o contrário. O poder se
exerce em rede na qual você é apenas uma transmissão dele seja em que parte da
rede você estiver.
Não se toma o poder ele é que lhe
arrebata e o possui.
A solução revolucionária é quando você
deixa de ser o condutor que o faz transitar em você e cria alternativas de
relações humanas sem exercício de poder. E é isso que é ser anarquista e tem
mudado o mundo no aqui e agora sem tomar o poder.
Por isso a transformação do poder em
uma democracia libertária plena deve ser feita pacificamente por consenso que é
a compreensão de todos ou da maioria que se pode, com libertações específicas
de dominados mudar o mundo sem tomar o poder. O conjunto dessas vitórias nessas
lutas, sem amos nem dominados, estão transformando o que chamamos hoje de
Estado e de governo, em unicamente administradores das várias liberdades de
todos.
É assim que o anarquismo tem se
tornado, a cada momento, uma realidade.
Já estamos vendo se esboçar em alguns
países, o que poderemos chamar de pré-anarquistas, uma democracia libertária
plena.
5 – Por isso uma grande parte do anarquismo
é mostrar a ineficiência das relações de poder
em todas as suas organizações e manifestações ao longo da história. Evidenciar,
com argumentos, devidamente pesquisados e fundamentados, a estupidez,
desinformação e ingenuidade de muitos diante do autoritarismo. Assim se tem
conseguido, pacificamente, com o consenso ou a opinião da maioria, mudar o que
é injusto resultado da dominação do homem pelo homem.
O anarquismo tem vencido formando opiniões libertárias e mudando mentalidades em todos
os tipos de relações humanas. Sua prática é mudar a mentalidade autoritária das
pessoas em libertária. É um formador de opiniões tanto nos diálogos como nos
seus exemplos com suas práticas de transformar relações de poder em relações
sem o exercício de poder.
O anarquismo vitorioso, com vários
nomes e nem sempre se dizendo anarquista, tem mudado o mundo. Está conseguindo
mudar: escolas, que se tornam gradativamente mais libertária; relações entre
homens e mulheres sem o exercício de poder; a liberdade de expressão com a eliminação
dos censores e das censuras; o fim oficial do racismo; a defesa social e
jurídica do amor livre para todos e, em alguns países, a gradativa eliminação
de diferenças de rendas e salários. Enfim a construção da liberdade e igualdade
para todos em todas suas condutas e maneiras de ser e é isto que é anarquismo.
O anarquista visa mudar micros relações de poder em relações sem o exercício de
poder para transformar o poder, sem o tomar, fazer surgir uma democracia
libertária plena.
6 – O anarquista vitorioso aplica nele
mesmo o que Foucault chamou de a estética da existência com o cuidado de si, ou
seja, a formação de sua subjetividade inspirada na cultura grega antiga. Ele
desenvolve sua ética a partir do respeito a liberdade de si e dos outros. E a partir
daí com uma série de exercícios de autocontrole formar sua subjetividade
libertária, cujo principio é: não ser dominado nem por si nem pelos outros. Por
isso ele luta, na sua preparação revolucionária pacífica, eficiente e
libertária, não ser o escravo das coisas, dos outros e, principalmente, de si
mesmo.
Os anarquistas sempre pensaram assim.
Confirmem com a leitura das biografias de todos eles. Daí a importância para
muitos anarquistas do pensamento de Foucault em todos os seus livros e
principalmente A Hermenêutica
do Sujeito; o pensamento dos anarquistas Emile Armand, Han Hyner em todos
os seus escritos; de Paul Veyne, Pierre Clastres, Pierre Hadot em todas as suas
obras. O anarquista vitorioso não ver nem faz nenhuma diferença entre o
anarquismo individualista ou como estilo de vida e os que lutam em grupos pela
transformação do que é ser injusto e autoritário. Somar para ele é mais
importante do que dividir. Cada um pode ser anarquista como quiser ser e todos
somam. Aliás, todos que querem libertar-te e seus semelhantes da dominação e
suas consequências como a miséria é anarquista. Não importa o nome nem suas
práticas desde que sejam libertárias, isto é, sem dominadores, sem
profissionais do poder, pacificas por serem mais eficientes. Os anarquistas
somam pessoas livres e não submissas. Somam elas e multiplicam e não diminuam
ou dividem.
7 - O anarquismo denuncia o dominador
que é a causa de todas as misérias sociais, econômicas e políticas. Seu foco de
análise é o poder ou seja a relação do dominador com o dominado. E sua prática
é como sair dessa relação de poder que criam macros relações de dominação, ou
seja, ditaduras disfarçadas ou não.
A prática anarquista para conseguir
eliminar dominadores, fora e dentro de si, cria relações humanas sem o exercício
do poder em todas as instâncias. Funda organizações sem exercício de poder e
heteropias anarquistas no aqui e agora.
Com esses dois instrumentos políticos,
a critica ao autoritarismo disseminado em você e na sociedade constrói relações
humanas sem o exercício de poder, o anarquista vitorioso está mudando e
eliminando o fascismo de todos os tipos da face da terra.
Para eliminar a possibilidade de
surgirem novos dominadores se dizendo revolucionários os anarquistas não criam
partidos nem organizações semelhantes e essa tática eles chamam de ação direta. Quer dizer não serem massas de
manobras dos profissionais do poder.
Atualmente o número de pessoas
praticando o anarquismo, sem ter lido seus autores e sem dizer o nome, é muito
grande. Perceberam, diante de tantos fracassos, resolver agirem anarquicamente
e têm conseguido mudar o mundo sem tomar o poder. E, assim sendo, o anarquismo
está sendo vitorioso.
Para maiores detalhes leiam as
reflexões de Uri Gordon Anarquia
Viva Política Antiautoritária Da Pratica para a Teoria.
Lembrem-se sempre:
Não se toma o poder o poder é que lhe possui porque ele se
exerce em rede na qual você é apenas uma transmissão dele seja em que parte da
malha você está. Você só escapa quando deixa de ser parte da rede se
recusando a exercer relações de poder na família, no trabalho e em todas as
relações humanas.
Resumidamente é o que se sugere como estamos vencendo o autoritarismo e as dominações
1 – A crítica fundamentada contra todas as formas de relações de poder que formando opiniões termina por ter a maioria lhe apoiando. Mudando mentalidades por formadores de opinião anarquistas. Apoiar a todos que lutam, pacificamente e de acordo com as leis vigentes, para se libertar todos de relações de poder. O anarquismo denuncia o dominador que é a causa de todas as misérias sociais, econômicas e políticas. Seu foco de análise é a relação do dominador com o dominado e como sair dessas micros e macros relações de poder, ou seja, relações de dominação.
2 – Experimentar e criar relações humanas sem o exercício do poder em todas as instâncias. Com esses dois instrumentos políticos você estará mudando e eliminando o fascismo de todos os tipos. O número de pessoas anarquistas praticando o anarquismo, sem dizer o nome, é muito grande. O anarquismo vitorioso conseguiu, ao divulgar essa maneira de viver e de mudar o mundo, gerar movimentos e lutas sociais que têm tirado da sujeição milhões de pessoas em vários países no aqui e agora sem utopia nem profecia .
3 - Estudar as sociedades autoritárias e descobrir e aproveitar, legalmente, suas brechas para, no aqui e agora, beneficiar as pessoas anarquistas vencedoras que praticam relações humanas sem exercício de poder.