quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A vontade de poder: ambição, desonestidade e exploração



Uma das pesquisas efetuadas pelos ateneus libertários é o que leva um individuo a ter e exercer a vontade de poder. Ou seja, porque um individuo quer exercer o poder sobre os outros. A síndrome do líder, do dominador dos próximos, do que nasceu para governar os outros e faz tudo que pode para conseguir ter e exercer o poder sobre alguns e, se possível, sobre todos. É a vontade de mandar. O objeto é portanto porque uma pessoa tem a vontade de governar os outros. Essa vontade de governar é que é o objeto de pesquisa multidisciplinar.

Quando se diz aqui que é uma questão é política é a análise da vontade de poder.

Pequena introdução para iniciar a pesquisa da vontade de poder.

1 – A vontade de poder se inicia com um discurso sobre o outros. O que se observa que a vontade de poder inicia sempre com um discurso de desqualificação de qualquer peculiaridade do outro.

2 -  Esse discurso cria um duplo. O que é certo e porque tem o poder e o errado que não tem o poder. O certo e o bom precisa a priori existir para exercer o poder. É preciso em cada época estabelecer que ele tem a certeza, a verdade e o outro tem ou nada e por isso o erro. Ele é ativo e obriga ao outro ser passivo sob a estratégia do discurso ou quem deu o primeiro grito de sujeição do outro.  O dominador tem a verdade religiosa, cientifica, moral, legítima (quando usa o direito para dominar o outro) que são articuladas pelos discursos e  isso  sustenta o dominador  que está certo e os errados que são dominados. Para isto é preciso estabelecer e implantar que é preciso situar o que vai ser dominado em um duplo: o inferior ou doente, ridículo, ameaçador e todo tipo de desqualificação comparado com o que é descrito como o superior, branco, europeu, sadio, respeitado, autoelogiado por ele e pelos outros. Sem essa construção política não é possível se exercer a dominação a não ser pela força física que muitas vezes ocorreu na história assim, que ganhou a guerra é o superior e o certo, mas é uma estratégia muito cara e nem sempre com muita eficiência e garantia de ser o vitorioso e não o perdedor. É mais eficiente o discurso. Por isso Foucault diagnosticou o que aqui estou descrevendo resumindo uma parte de suas conclusões.

3 – As diversidades deformadas pelo discurso. O que temos observado é que a natureza é, em todas as suas manifestações, diversa. A diversidade é uma das suas principais características. Por isso temos muitas variedades e todas equivalentes porque são principalmente naturais entre tudo que existe. O que quer dizer que, nos seres humanos, seja física ou comportamental.   A análise política, que é a análise do poder,  é detectar as relações de dominação entre seres humanos e também quando eles exercem relações de poder muitas vezes predatório  com o planeta,  a  natureza e com os animais. Então temos uma questão epistemológica fundamental: uma diversidade natural na natureza e os discursos transformando objetos de pesquisas, principalmente com o que se chamou de ciências humanas, os seres humanos cuja única razão é exercer a dominação encenando o duplo: o pesquisador, o doutor, o dono da verdade sobre o outro e por isso o domina.  Então temos a diversidade natural que é a maneira de ser da natureza e o discursivo quando algumas dessas diversidades naturais e equivalentes em determinado momento da história por razões políticas deixam de ser natural e sem dominação portanto, isto é  pré-discursivas para discursivas que, nessa alteração epistemológica, passam a ser objetos de pesquisas quer em discursos religiosos com o conceito de pecados e outros termos em variados discursos religiosos e os das chamadas de ciências humanas com psicologia etc. A aberração portanto não é a natureza ou o natural mas é epistêmica ou seja como se usa uma  razão cindida a partir do que Foucault chamou de momento cartesiando na história na época clássica em Foucault e também com o que Hokheimer chamou de razão instrumental voltada para a dominação de tudo e de todos cegamente como o Dr. Frankenstein e muitos mais.